Duas preferências juntas: a melhor personagem fantástica da literatura com o melhor pintor fantástico das artes. Não poderia ser diferente. As ilustrações de Salvador Dalí para uma edição limitada de Alice no país das maravilhas (1969) tornaram o livro uma raridade e um objeto de desejo (pelo menos por mim...). Trata-se de heliogravuras maravilhosas, fantásticas (!!!), surreais, todos esses termos e outros mais que possam se ligar a eles, em suas melhores acepções e ambiguidades. Veja você mesmo(a):
"Gostaria de saber se vou cair direto através da Terra! Como vai ser engraçado sair no meio daquela gente que anda de cabeça para baixo! Os antipatias, acho" (desta vez estava muito satisfeita por não haver ninguém escutando, pois aquela não parecia mesmo ser a palavra certa) "mas vou ter de perguntar a eles o nome do país".
Alice: Aqui parecem todos malucos.
Gato: É verdade, eu também sou maluco…Completamente maluco.
Alice: Eu não.
Alice: Eu não.
Gato: Claro que és. Se não fosses maluca não estavas aqui.
A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. […] Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma.
Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
- Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
- Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
- Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.
- Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.
Trechos de Alice no país das maravilhas e ilustrações encontradas no Google images.