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O menino vê muito tudo aquilo, somente ele está de olhos abertos. Mas há também homens que tambozeiam a dança como guardiões de alguma coisa que, segundo os olhos do menino, não se sabe. Junto com os tantos cordões dourados de tantas mulheres negras e gordas e assustadoras estão os ticunduns ritmados da aliança de pedaços de pau com caixas de tinta vazias. O menino se prende ao som e às cores como quem dá uma vida: os homens também começam a resmungar coisas ritmadas, diminuem os intervalos, engrossam as vozes e batem com força os pedaços de pau nas caixas, chegam mais perto do círculo feminino que parece acelerar os passos, e o que era vermelho, amarelo, azul-claro e dourado transforma-se em laranja, verde-claro, dourado-escuro, laranja-claro, marrom-claro. Surge uma fumaça no centro da roda que faz o menino tossir duas vezes. Ele levanta a cabeça e vê uma mulher se aproximando da fumaça e insistindo com os mesmos movimentos coloridos e sonoros.
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Trecho de mais um conto de Contos e micro-contos.
Vc tá certa, Sarah. A única coisa de boa daqui é UFF, só a universidade e esse mestrado é que valem à pena.
ResponderExcluirbeijão
Muito bom! Gostei. :)
ResponderExcluirTenho um desafio para ti no meu blogue. Quando puderes acessa o link.
http://rainhadasinsonias.blogspot.pt/2013/06/lavar-cabecas-desafio.html
Beijinho!