segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

samba-poema I

Em tempos de carnaval, é bom sambar com a linguagem. O primeiro poema dessa série é invenção antiga, mas ainda vale:


Samba-poema I

Chegou devagar, essa moça, a dançar
pedindo um aperitivo qualquer lá no bar
e na barra da saia rodada, essa mulher
de fiel namorada, na levada, deu pontapé
Desce a ladeira, a danada, colar no pescoço
sorriso de canto, pulseira no pulso, cantada
samba de beira, brinco na orelha, beirada
E na vida ela vai, tanto quanto volta...
E na vida ela vai, tanto quanto volta...
A moça caminha e desfila no passo da esquina,
mascando chiclete de tangerina, sem hora pra chegar
salto alto, meia fina, então é brasileira
a curva de um lado, de outro, para um olhar
Agora, sobe esse morro num único decote
a mesma mulher faz tudo o que pode
retoca o batom, ouve o pandeiro e, se bobear, morde.
E na vida ela vai, tanto quanto volta...
E na vida ela vai, tanto quanto volta...

(autoria minha, com todos os direitos reservados)

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