Acordar com o calor da manhã, tal
como Clarice Lispector fazia, para sentir o amanhecer de pertinho, e ouvir as
ondas quebrarem umas nas outras, nervosas como as minhas mãos: só assim para
entender melhor o sol. Vieram planos, mil deles, vontades e verdades até. Tão
difícil ser ébrio que não senti nada mais além. Isso já era muito e manteve-se
com qualidade para o fim do dia. Como fim, se o dia só está começando? Não.
Tudo acaba quando o papel começa a ser preenchido. Tudo é fim. O papel nunca
está branco, mas finge-se que sim. Impossível fingir tão bem, o papel está
antes escrito de memórias, e preciso aprender com o sol para entrar nos seus
limites. Como saber dar vida ao texto sem mergulhar nessas mãos nervosas? Como
dizer que o dia é o mesmo depois de acordar uma manhã de versos e de frases?
Como aceitar que a vida continua, o dia está lindo lá fora e hoje é domingo?
Acabou. Não posso compactuar com tamanha insensibilidade. Deixe o texto, deixe
que ele respire esse ar matutino, mas não me venha... o começo também é o fim
e, caso isso se inverta, preciso estar acordada para entender melhor a lua.
Olá.
ResponderExcluirEspertou minha intenção o fato de falar de Clarice Lispector. Entre no meu cantinho e veja um vídeo cujo texto pensa-se ter sido escrito por ela. É maravilhoso. Ora espreite.
Beijinhos
http://omeube-a-ba.blogspot.com
Olá,
Excluirobrigada pela visita, Ana!
Vou mesmo dar uma espiada lá no seu.
Abraços.